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Oswaldo Porto Rocha e Lia de Aquino Carvalho
A Era das Demolições; Habitações Populares

Obra dupla, compreendendo textos de autoria de Oswaldo Porto Rocha e Lia de Aquino Carvalho, ambos frutos da dissertação de mestrado em História na Universidade Federal Fluminense, que apresentam uma reflexão sobre o surgimento do problema habitacional no Rio de Janeiro nos fins do século XIX e início do XX: suas ligações com a industrialização, o movimento operário, a ascensão da burguesia, o fim do trabalho escravo e as correntes migratórias. Os autores enfocam o problema das habitações populares como uma questão social, um indicador de transformações urbanas geradas por mudanças mais amplas no âmbito das relações de produção, resultado da exigência da indústria capitalista.

João do Rio
A Mulher e os Espelhos

Reunião de várias narrativas cujo tema central é a mulher. Somando esse tema instigante ao talento de João do Rio temos uma obra fascinante, na qual o autor apresenta várias mulheres, sem a intenção de desvendálas, pois mostra que é impossível entendê-las. O Rio é o cenário para os dramas de amor, os encontros furtivos, e desenvolvimento de fatos que trabalham com as questões da fidelidade, sedução, paixão, conformidade, desigualdade social, violência e exploração. Enfim, mais uma obra-prima de João do Rio

Lima Barreto
Diário do Hospícios; Cemitério dos Vivos

Este livro reúne duas obras tocantes de Lima Barreto: Diário do Hospício, no qual o autor combina memória e reflexão acerca da vida em um manicômio no qual ficou internado por dois meses, sendo uma escritura autobiográfica; O Cemitério dos Vivos, projeto inacabado de romance, que foi idealizado no período de sua permanência no hospício, constituindo uma ficção. Em seus textos, sobressai a necessidade de entender o enigma da vida humana. Lima Barreto nos apresenta um forte cenário, no qual se desenrola o "espetáculo da loucura",reafirmando um talento prodigioso e tornando a obra um relato inesquecível

Adolfo Caminha
O Bom Crioulo

Obra do final do século XIX marcada pela ousadia do autor por tratar de um tema tão delicado para a época, a questão das minorias sexuais. O autor explora a influência da escravidão no comportamento dos indivíduos, particularmente num momento em que o chicote do capataz é substituído pela chibata do mestre. Continua-se em uma ordem que gera a força e combina a, transmutando-a em passividade. Nesse mundo quebrado, rachado lá no fundo, em conflito consigo mesmo é que o heroísmo e o garbo de uma Marinha sempre vista como "elite" são postos a nu por Adolfo Caminha, com a crueza do Naturalismo então em voga

Álvaro Moreyra
A Cidade Mulher

Em prosa musical, Alvaro Moreyra revela verdadeiros cantos de amor às pessoas e à natureza em suas várias formas. Em suas crônicas, a cidade do Rio de Janeiro é "a mais mulher das mulheres", uma cidade fascinante, bela e misteriosa e que ele quer desvendar. Não esquece das pessoas que despertaram seu interesse ou o impressionaram, famosas ou não, relatando histórias que "de tão verdadeiras parecem inventadas". Nesta obra você lê o Rio através de pequenos textos e poesia. Quanto ao título, este diálogo responde: "Mulher? Por quê? Não compreendo? ? Por isso mesmo...".

João do Rio
A Alma Encantadora das Ruas

Mais uma vez João do Rio demonstra em poesia o seu amor pelo Rio. Um amor que enxerga a "beleza e as misérias juntas, num Rio complexo, de ruas personificadas, fontes de material inesgotável aos que nelas debruçam, observam, refletem e conseguem revelar tão bem as desigualdades existentes sob o mesmo e incrível céu". O autor convida o leitor a passear pelos caminhos descritos em sua obra e a testemunhar, através de pequenas narrativas, várias cenas, muitas vezes despercebidas por nós, do cotidiano da gente que compõe este cenário

Diversos
Rio de Janeiro: Cidade e Região

Esta obra reúne ensaios publicados isoladamente nas décadas de 50 e 60 e, desde então, quase inacessíveis ao leitor, porque estão esgotados. São verdadeiros clássicos da Geografia no Brasil. Ao focalizar as origens da cidade do Rio de Janeiro, sua posição geográfica, a expansão do seu espaço urbano e a caracterização dos seus bairros e subúrbios, as autoras Lysia Bernardes e Maria Therezinha de Segadas Soares trazem ao debate o próprio processo de estruturação do espaço na metrópole carioca e suas relações com a região circunvizinha

Benjamin Costallat
Mistérios do Rio

Reunião de textos escritos por Benjamim Costallat para o Jornal do Brasil. Sua linguagem é polida, com frases curtas, que aludem a fatos por vezes escabrosos. O autor revela um Rio de Janeiro cosmopolita, invadido por modismos franceses, onde o brilho e o luxo encobrem a miséria moral. Percorrendo diversos ambientes, do subúrbio à avenida Atlântica, o autor relata de um lado o movimento da noite, o dinheiro e a buscado prazer, e do outro as vidas apagadas, a impiedade e a injustiça que prevalecem entre os menos favorecidos. Constitui, portanto, uma panorâmica que vai do submundo, por onde circulam tantas vidas, a toda a escala social, ora vigorando a pobreza indigna, ora o luxo degradante

Elizeu Santiago de Sousa; Gabrielle Moreira; Rosa Maria Araujo
Álbum da Cidade do Rio de Janeiro - Bicentenário da Independência

O livro mostra a história visual da nossa cidade e o que foi preservado da Independência até os dias atuais. Dividido em três seções, o foto livro possui 176 páginas e é publicado em edição bilingue (português e inglês). Na primeira parte, a obra recupera imagens de iconografia do início do século XIX, majoritariamente composta por aquarelas de Debret. Na segunda, 50 fotografias históricas sobre a segunda metade do século XIX e o século XX. A terceira seção contempla o Rio contemporâneo, através de imagens exclusivas realizadas pelo fotógrafo Claudio Edinger. O Álbum é uma edição conjunta da Prefeitura da Cidade do Rio, Arquivo da Cidade, Organização dos Estados Ibero-Americanos, Museu de Arte do Rio e Aprazível Edições e Arte

Georgia da Costa Tavares
A atuação dos marchantes no Rio de Janeiro colonial

A autora empreende uma análise sobre a influência da Câmara Municipal em todos os aspectos relacionados ao comércio de carnes verdes destinado ao abastecimento da cidade do Rio de Janeiro, regulando não só a oferta de alimentos como estabelecendo o preço justo de cada gênero. Revela, assim, como essa instituição detinha um grande autonomia na condução dos assuntos locais, respeitada inclusive pela Coroa portuguesa, uma vez que essa ascendência tinha um papel importante na manutenção do equilíbrio entre as esferas distintas de poder no período colonial.

Evelyn Furquim Werneck
Avenida Presidente Vargas: Uma Drástica Cirurgia

Como já se subentende pelo título, o livro monta um quadro histórico no qual se desenvolveu a construção da Avenida Presidente Vargas. A autora, Evelyn Furquim Werneck, deixa claro para os leitores a atitude dos que, no exercício do poder, se esquecem de como o ambiente se insere na personalidade da população que nele reside e partem para as transformações bruscas, tentando obter uma nova ordem, por meio da dominação. A violência vem encoberta pelos possíveis benefícios de conforto e saneamento. Enriquecendo este trabalho, temos um excelente apoio iconográfico.

Joaquim Manoel Macedo
As mulheres de mantilha

Joaquim Manoel de Macedo pretendeu construir um romance histórico, um texto que mostrasse para os leitores do século XIX, quando foi lançado, a vida do Rio de Janeiro nos idos de 1769, durante o vice-reinado do conde da Cunha. Circunscrevendo o enredo ao calendário das festas populares e tradições fluminenses do século XVIII, Macedo vai revelando ao leitor um grande painel do Rio de então. A cidade colonial é apresentada em minúcias (hábitos, costumes, mazelas, festas, vestuários...). No enredo, que engloba intrigas, paixões e amores impossíveis, Macedo denuncia as arbitrariedades do governo e os crimes impunes.

Alcir Lenharo
As tropas da moderação

Esta obra caracteriza o surto de comércio de abastecimento ocorrido no Brasil, à época da Independência, retratando, ao lado disso, o universo social do tropeiro. Alcir Lenharo investiga a importância que os interesses regionais assumiram na conjuntura política da primeira metade do século XIX, relacionando os interesses sociais envolvidos em torno do comércio de abastecimento, o seu papel político na construção do Estado Nacional no Brasil e revelando o caráter dinâmico da economia mercantil de subsistência no país.

Sergio Tadeu de Niemeyer Lamarão
Dos Trapiches ao Porto

Este livro constitui um trabalho denso e minucioso de investigação e análise da área e das atividades portuárias articuladas à expansão da cidade do Rio de Janeiro. Sergio Tadeu de Niemeyer Lamarão abrange um longo período, desde a época colonial até 1911, ano em que se inaugura a primeira seção das monumentais obras do porto, iniciadas em 1904, no governo Rodrigues Alves. O estudo da produção portuária foi feito correlacionando as mudanças, rupturas internas e os novos conteúdos espaciais na própria área, ou seja, a relação entre o desenvolvimento portuário e a dinâmica histórica global da cidade.

Maria Bárbara Levy
A Indústria do Rio de Janeiro Através de suas Sociedades Anônimas

Este é um estudo de história econômica do Rio de Janeiro, no qual Maria Bárbara Levy aborda as principais questões controvertidas da interpretação do processo de industrialização no Brasil, do século XIX à década de 1940. Usando um ponto de vista global, distinguindo o regional e usando um ângulo de observação novo, o das sociedades anônimas, a autora nos leva a visualizar a interrelação dos setores estudados antes isoladamente na historiografia nacional.

Raul Pompéia
Crônicas do Rio

A Coleção Biblioteca Carioca escreve a história desta megalópole através de textos dos escritores que nela nasceram ou viveram. Raul Pompéia é um deles. Neste livro, o autor de O Ateneu comenta o cotidiano da cidade: a política, as artimanhas dos governantes, os crimes, as atividades sociais e culturais, o teatro lírico, as danças, os cantos, os bailes, as festas populares, enfim, a vida na Corte. São crônicas saborosas que revelam um observador arguto e um intérprete das coisas do Rio à altura de uma urbe efervescente, então movimentada pelas lutas em prol da emancipação dos escravos e do regime republicano.

José de Alencar
O Garatuja

Narrativa baseada em um fato verídico ocorrido em meados do século XVIII, na cidade do Rio de Janeiro. O Garatuja traz a marca da comicidade popular. José de Alencar faz meticuloso trabalho de recuperação de linguagem de época, apresentando as conversas das comadres, a troça dos “minoristas”, as insinuações maliciosas da “regateira”, os diálogos dos namorados. O autor também trabalha com a questão da manipulação das classes menos favorecidas pela classe dominante para a manutenção dos seus privilégios e, com irreverência, critica os costumes da época.

Maria Augusta Machado
Estação Rio

Maria Augusta Machado reúne neste livro narrativas curtas que, por vezes, parecem contos, outras, crônicas. Nestas pequenas histórias, Maria Augusta é autora e personagem, aplicando humor e inteligência aos aspectos mais simples da vida. É um verdadeiro passeio no tempo e espaço cariocas, onde os personagens vivem emoções, mistérios e sentimentos contraditórios.

Lenira Menezes Martinho e Riva Gorenstein
Negociantes e Caixeiros na Sociedade da Independência

Reunião de dois trabalhos diferentes que apresentam contribuições inteiramente originais para o estudo de nossa emancipação política. Na primeira parte, Lenira Menezes Martinho analisa o papel político dos caixeiros no movimento da Independência e início da Regência, englobando questões da cidadania e da mobilidade social. Na segunda parte, Riva Gorenstein aborda a questão do nepotismo e das origens das elites dirigentes do Primeiro Reinado, traçando o perfil social dos negociantes de grosso trato e do seu papel político na época da Independência.

Reunião de depoimentos
Um Rio em 68

1968, ano marcado pela explosão de manifestações contra a opressão e consequente aumento e endurecimento da repressão. Este livro é escrito em primeira pessoa, são pequenos depoimentos e opiniões de pessoas que viveram aquele período. Mas o que se destaca são as fotografias, pois revemos o movimento das ruas do Rio no ano de 68 através de imagens de protesto e repressão. As fotos fazem parte do acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Através deste trecho, pode-se sintetizar a obra: “Não éramos nem melhores nem piores do que os jovens de hoje. Sentimos o raio da revolução cortar ao meio a laranja do mundo e desejamos ajudar a descascá-la para livrar a humanidade do bagaço do conservadorismo. É claro que não conseguimos, mas, como escreveu Alex Polari, foi muito bela nossa luta” Elias Farjado.