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Prefeitura do Rio e cidades do C40, com apoio do BID, criam rede para impulsionar financiamentos de projetos urbanos sustentáveis

O secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavaliere, representou o município do Rio na cerimônia. Foto: Marcelo Piu / Prefeitura do Rio

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novembro 2024

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Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio e diversas cidades que fazem parte do C40 Cities criaram, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma rede internacional de municípios que visa a impulsionar o acesso ao financiamento para projetos urbanos sustentáveis em cidades da América Latina e do Caribe. O secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavaliere, representou o município do Rio na cerimônia, que contou com a presença do presidente do BID, Ilan Goldfajn, do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e de prefeitos de cidades do C40. O objetivo é que os secretários de Fazenda troquem experiências e se apoiem mutuamente para criar um ambiente que permita a captação de investimentos para projetos ambientais. 

– Desbloquear o acesso a financiamentos sustentáveis é urgente. Os bancos multilaterais, como o BID, têm um papel crucial nesse processo, ao apoiar as cidades na busca por soluções ambientais. A Prefeitura do Rio propõe a criação de uma rede de secretários de Fazenda dos municípios da América Latina e do Caribe, para que seja uma plataforma que conte com o apoio do BID e do C40, e que essa rede possa apoiar na mobilização de recursos, na estruturação de projetos e também na exploração de mecanismo inovadores de financiamento. As cidades do Urban 20 (U20) estão sugerindo a criação de um fundo de garantias para as cidades verdes. E solicitamos ao BID o apoio na criação deste fundo –, afirmou o secretário municipal da Casa, Eduardo Cavaliere. 
– Gerenciar eventos climáticos extremos é uma parte cada vez mais importante das responsabilidades de um prefeito. Eles não têm escolha a não ser preparar estratégias de resiliência para que a próxima tempestade, inundação ou onda de calor seja menos prejudicial do que a última. E esses planos precisam de financiamento. É por isso que o programa Cidades do BID tornou uma prioridade ajudar os governos municipais a obter tanto financiamento quanto know-how técnico para investir em resiliência. Vamos preparar as cidades para receberem financiamento diretamente de bancos multilaterais –, disse o presidente do BID, Ilan Goldfajn.

O principal objetivo da reunião foi criar uma agenda comum para promover soluções financeiras que viabilizem projetos sustentáveis. A iniciativa busca, entre outras coisas, estabelecer uma governança climática local mais eficiente e atrativa para investidores. Durante o encontro, destacou-se a importância de criar um ambiente favorável ao financiamento de ações de clima, especialmente para as cidades da América Latina e Caribe, que enfrentam barreiras financeiras e estruturais. 

– Precisamos melhorar a qualidade de vida nas cidades. Isso não se restringe só a Amazônia, o Brasil. Devemos considerar também a situação de outros países como o Peru, Congo, Bolívia. Queremos enfrentar os problemas ambientais, então precisamos começar pelas cidades, é lá que as pessoas vivem –, afirmou o ministro de Cidades, Jader Barbalho Filho. 

O prefeito de Oslo, Eirik Lae Solberg, destacou que o orçamento climático é uma ferramenta essencial para a meta de reduzir as emissões de gás carbônico até 2030 e que o compartilhamento dessas ações é fundamental.

– Essa tarefa exige mais do que uma cidade pode fazer sozinha, por isso, implementamos um orçamento climático com a participação dos secretários de finanças, que desempenham um papel essencial. Monitoramos os resultados, ajustamos estratégias quando necessário e mantemos a transparência com um relatório público –, afirmou o prefeito de Oslo.

Segundo Andrea Fernández, Diretora Geral de Financiamento Climático, Conhecimento e Associações do C40, ainda existe uma lacuna para atender as necessidades financeiras locais.

– Ainda hoje, tivemos a assinatura de cerca de 40 prefeitos, pedindo um investimento anual de US$ 800 bi ao ano, enfatizando um maior compromisso com a agenda. Isso demonstra a urgência do tema –, disse Andrea Fernández. 

O evento também ressaltou a importância do Rio de Janeiro como um pioneiro na implementação de um orçamento climático, que se tornou um modelo a ser seguido por outras cidades da região. A iniciativa foi vista como um passo importante para que as finanças públicas se alinhem com as metas climáticas, aspecto essencial para garantir a sustentabilidade a longo prazo.