Pela primeira vez, o G20 recebeu líderes de comunidades em um painel durante o Urban 20 para o debate de como a favela deve fazer parte das decisões dos líderes mundiais. A sessão “G20 das Favelas: Cidades Inclusivas e Sustentáveis Impulsionadas pelo Potencial das Favelas do Mundo” foi realizada no palco Principal do Armazém da Utopia, nesta quinta-feira (15/11).
A mesa contou com a participação de líderes da Central Única de Favelas (CUFA) pelo mundo, como Maria Lima, da Angola, Alexandra Krook, da Suécia, Aziza Akhmouch, de Moçambique, Luiz Carlos, da Escandinávia, e Preto Zezé, do Brasil.
De acordo com o presidente da CUFA do Rio de Janeiro, Preto Zezé, ter a possibilidade de participar das discussões para a construção do Comuniqué (documento que será entregue pelo Brasil na Cúpula do G20) é fundamental para que a comunidade deixe de ser apenas observada para ter o protagonismo dos assuntos. “A favela agora não é mais apenas comunicada das decisões. Pela primeira vez, nós temos voz em um documento oficial. Com isso, nós implementamos uma agenda de inclusão de enfrentamento à desigualdade como o impacto da mudança climática na visão de quem mora na favela. Estamos escrevendo nossa história”.
A africana Aziza Akhmouch destacou a importância de evolução respeitando a cultura e a ancestralidade dos diferentes povos e comunidades no mundo. “O contexto africano não é o mesmo contexto que europeu. A gente precisa adaptar aquilo que é novidade ao povo que já está adaptado a sua língua e a sua forma de fazer arte cultura”, disse Aziza.
O encontro terminou com os palestrantes chamando a plateia para repetir a frase que representa a realidade atual da comunidade: “Favela não é carência. Favela e potência”.